ÓPIO

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sê Rei de Ti Próprio
 


Não tenhas nada nas mãos 
Nem uma memória na alma, 
Que quando te puserem 
Nas mãos o óbolo último, 
Ao abrirem-te as mãos 
Nada te cairá. 
Que trono te querem dar 
Que Átropos to não tire? 
Que louros que não fanem 
Nos arbítrios de Minos? 
Que horas que te não tornem 
Da estatura da sombra 
Que serás quando fores 
Na noite e ao fim da estrada. 
Colhe as flores mas larga-as, 
Das mãos mal as olhaste. 
Senta-te ao sol. Abdica 
E sê rei de ti próprio. 

Ricardo Reis /  Fernando Pessoa



Palavras de Dalai Lama

 Enfrentar sofrimentos contribuirá indiscutivelmente para a elevação 
de sua prática espiritual, desde que você seja capaz de transformar a
calamidade e o infortúnio em caminho.

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O caminho tem dois aspectos: o aspecto metódico, que engloba as
práticas da compaixão e da tolerância, e o aspecto da sabedoria e do
conhecimento, relacionado à sagacidade para penetrar na natureza
da realidade. A última parte do caminho é o verdadeiro antídoto
 para eliminar a ignorância.

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Uma árvore em flor fica despida no outono. A beleza transforma-se
em feiúra, a juventude transforma-se em velhice e o erro transforma-
se em virtude. Nada fica sempre igual e nada existe realmente.
Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente. 

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Está escrito em nossos livros que devemos cultivar um amor igual
àquele da mãe pelo filho único. 

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Disciplina é um supremo ornamento e, seja usada pelos velhos ou
pelos moços, faz nascer apenas felicidade. É perfume por excelência
e, ao contrário dos perfumes comuns que só viajam com o vento, seu
aroma refrescante viaja espontaneamente em todas as direções.
Bálsamo sem igual, proporciona alívio às dores intensas da ilusão e
do engano. 

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Como um aprendiz espiritual, você deve estar preparado para
enfrentar as dificuldades que estão associadas a toda busca espiritual
genuína e estar determinado a persistir em seus esforços e sua
vontade. Você deve tentar prever os obstáculos que forçosamente
encontrará ao longo do caminho e compreender que a chave para a
prática bem-sucedida é nunca abandonar sua determinação. 

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Comprometer-se com atividades virtuosas é um pouco como criar
uma criança pequena. No começo, precisamos ser prudentes e
habilidosos em nossas tentativas para transformar nossos hábitos e
temperamentos. Também temos de ser realistas a respeito daquilo
que esperamos conseguir. Levou muito tempo para ficarmos do
jeito que somos e não se mudam hábitos do dia para a noite.
E bom olhar para cima à medida que se progride, mas é um engano
julgar nosso comportamento utilizando o ideal como padrão. Por
isso, é muito mais eficaz, em vez de alternar breves rompantes de
esforço heróico com períodos de relaxamento, trabalhar com
constância, como um rio fluindo em direção a um objetivo de
transformação. 

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Faça o melhor que puder e faça-o de acordo com seu padrão interior
próprio (ou consciência, se assim preferir), não para o conhecimento
e avaliação de seus atos pela sociedade. "Fazer o melhor" é apenas
uma frase de poucas palavras, mas significa que, em todas as
ocasiões de nossa vida diária, precisamos manter nossa mente sob
controle, para mais tarde não nos arrependermos de nossos erros,
mesmo que os outros nada saibam a respeito. Agindo assim, 

estaremos  fazendo o melhor. 

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Quando você se aprofunda em sua prática espiritual e dá ênfase à
sabedoria e à compaixão, aprende a reconhecer o sofrimento de
outros seres sensíveis que cruzam o seu caminho e a reagir a esse
sofrimento de maneira construtiva, sentindo compaixão profunda
em vez de apatia ou impotência. 

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Sentir compaixão não é o bastante. É preciso agir. A ação pressupõe
dois momentos: o primeiro é quando vencemos as distorções e
aflições de nossa própria mente, aplacando ou até mesmo nos
livrando da raiva. Esse momento é fruto da compaixão. O segundo
é de caráter social, de âmbito público. Quando alguma atitude
precisa ser tomada para corrigir erros neste mundo e a pessoa está
sinceramente preocupada com seus semelhantes, então tem de se
engajar, se envolver. 

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A verdadeira compaixão é livre de vinculações. E preciso atenção
para este princípio, pois ele contradiz nossa maneira habitual de pensar.
Não é este ou aquele caso em especial que estimula a nossa
piedade. Não escolhemos esta ou aquela pessoa como objeto de
 nossa compaixão. A compaixão é despertada espontaneamente, é
incondicional, sem qualquer expectativa de vir a receber algo em
troca. E é de alcance universal.

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Os três vícios físicos são matar, roubar e ter comportamento sexual
impróprio. Os quatro vícios verbais são a mentira, a tendência para
a discórdia, as palavras cruéis e o discurso incoerente. Os três vícios
do espírito são a cobiça, as más intenções e os juízos equivocados. 

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A fé dissipa a dúvida e a hesitação, liberta-nos do sofrimento e nos
conduz à terra da paz e da felicidade.

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Se você conta com alguém que tem menos qualidades que você, isso
levará à sua degeneração. Se você conta com alguém com qualidades
iguais às suas, você permanece onde está. Somente quando
 conta com alguém cujas qualidades são superiores às suas
 é que você atinge uma condição sublime.

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A culpa é um sentimento incompatível com nosso pensamento, pois
acreditamos que somos parte de uma ação mas não somos inteiramente
responsável por ela. Somos apenas parte do fator que contribuiu
para a ação. Entretanto, em alguns casos, devemos sentir
arrependimento, deliberadamente assumir responsabilidades,
lamentar o ocorrido e nunca cometer aquele erro outra vez.

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A constatação de que as pessoas bondosas sofrem e as más
experimentam o sucesso e o reconhecimento público é uma visão
limitada. Observe-se também que essa conclusão pode ser
precipitada. Quando se analisam os fatos com mais. profundidade,
descobre-se que, definitivamente, as pessoas desajuizadas não são
felizes. É preferível comportar-se bem, assumir a responsabilidade
pelos próprios atos e levar uma vida positiva. 

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Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o
sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se
estamos possuídos de uma inabalável determinação, conseguiremos
superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser
sempre humildes, recatados e despidos de orgulho. 

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Quando a clara e límpida natureza da mente está escondida ou
impedida de expressar sua verdadeira essência devido a emoções ou
pensamentos angustiantes, diz-se que a pessoa foi pega em samsara,
o ciclo da existência.
Quando, porém, em decorrência da aplicação de técnicas e práticas de
meditação apropriadas, uma pessoa é capaz de usufruir totalmente
desse estado da mente, então ela está no caminho da verdadeira
libertação e total iluminação.

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Uma das coisas que aprendemos com a meditação, quando descemos
lentamente dentro de nós mesmos, é que a noção de paz já existe em
nós. Todos a desejamos profundamente, mesmo que esse desejo
esteja muitas vezes oculto, disfarçado, distorcido.

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A preguiça interrompe o progresso de nossa prática espiritual.
Podemos ser ludibriados por três formas de preguiça: a que se
manifesta como indolência, que é o desejo de adiar; a que se
manifesta como sentimento de inferioridade, que é duvidar da
própria capacidade; e a que se manifesta com a adoção de
 atitudes negativas, que é dedicar um esforço excessivo
 àquilo que não é virtude.  

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Uno minhas mãos e apelo a você, leitor, para que torne o resto de sua
vida tão significativo quanto possível. Faça isso por meio da prática
espiritual, se puder. Como espero ter deixado claro, não há nada de
misterioso nisso. Consiste apenas em agir levando os outros em
consideração. E se você o fizer com sinceridade e persistência,
pouco a pouco, passo a passo, será capaz de reordenar seus
 hábitos e atitudes e pensar menos em seu pequeno mundo
 de interesses e mais nos interesses de todas as outras
pessoas. E encontrará paz e felicidade
para si mesmo.

Abandone a inveja, desapegue-se do desejo de sobrepujar os outros.
Em vez disso, tente fazer bem a eles. Com bondade e gentileza, com
coragem e confiando que é assim que terá sucesso de fato, receba-os
com um sorriso. Seja franco e honesto. E tente ser imparcial. Trate
todos como se fossem amigos muito próximos. 

Não digo isso como Dalai-Lama ou como alguém que tenha poderes
ou talentos especiais. Não os tenho. Falo como um ser humano,
alguém que, como você, quer ser feliz e não sofrer.



Utilidades:

Andei "estudando" hoje pela manhã. 
Estudando assuntos que já vislumbrava as respostas. 
Quem mais se interessa? 
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Segunda palestra da Helen Fisher que posto aqui no blog. Possivelmente, se assistiram aquela 
que postei anteriormente, notarão a similaridade em vários pontos do assunto, mas é muito
 importante a perspectiva exposta e tudo o que é problematizado pela mesma.



Esta é uma palestra muito interessante. Eu andava questionando toda a exposição
 íntima que me permiti neste blog, e quando assisti isso, simplesmente resignei as idéias.
Se chegarem ao final, saberão do que estou a propor aqui.



Nesta, apesar de "fugir" um pouquinho do contexto, são abordados tópicos bastante
 interessantes de serem questionados.