Lâmina Afiada
Por entre os átomos do tomate,
Por entre os átomos do tomate,
Desce a lâmina com vontade
Até pra fechar pastel o povo quer a verdade
E quando surge a questão,
Não uso tuas "frescuragens"
Não uso tuas "frescuragens"
Em teu Santo dou só uma
(que Deus lhe proteja a imagem)
Só é terroso o vazio
Resultado e significado...
Resultado e significado...
Pois, entre os átomos do tomate;
Na conversa e na vontade
Eu desconto os problemas,
E como o spoiler da novela
E como o spoiler da novela
Disparo que tu dá o rabo.
- Amis Renard
Homem Moderno
Destro em bulir a superfície das
coisas
Em benefício de enganar e enganar-se,
assim,
Por cunho e emprego de significância,
Vens com disfarçada ignorância,
Mover mundos e fins.
Homem moderno, ignorante de si,
Incompetente no que pensa do agora,
Fazendo caricatura Senhora;
Mediocrizando-o em crer pôr forma,
Ridente,
Satisfeito com o momento
Em fragmentos de anódino fundamento.
Desconhece o poder da ilusão.
Qual valor,
Eu espectador, então,
Sem o abraço de algum outro irmão
Em momentos de solidão
Vivos em tristezas,
Memórias e saudade
E que permeiam minha mente
Com impotente sensação,
Nada esperar destas capacidades
Pra que eu jamais traia a realidade
Zele o vacilo à iniquidade.
Entrego-me
Vou.
E a alma à simplicidade,
Fugindo de tudo com esforçado esmero,
Fazendo tudo à consciência
Nunca julgar Viver
Quão ridículo erro.
Porto Alegre
Setembro, 2015
Bellu Sepukku
O que queres fazer da vida,
Oh pessoa saudável e capaz?
- Eu quero expressar, do modo que
houver, que bom é
aprender a amar com o amor..
Que não há morte, se não a forma
lógica e razoável...
Vivemos alegrados com o balanço
ritmado que só cresce
pelo amor regente do movimento
regrado pela compreensão
do estado das coisas ao natural.
Mentira!
Pode ser meu preconceito,
Talvez azar onde apliquei Ser,
É a fantasia quem sofria,
Uma utopia a estarrecer!
Não há matemática que impere
Desquantificar quem sei,
Em raso valor e critério
E é como a exata sensação que brada:
"Deste buxo gritou o Rei"
-Que ignorante desgraçada!
Sem suspeita cedi vida
Pra uma morte encomendada.
Saudável e capaz jovem
que agoniza em meio as traças,
Prazeres?
Sois a solidão.
Chora à verdade e desgraça!
Não atua,
Não condena
Só sentes a terrosa pena
E o desespero que estilhaça.
E quando retomares a vida
Alcança bendita pena
Ora a tenra penitência
dalgum fraterno amparo
Pega o sono do embalo.
Sonha,
A sorte
A morte
E a pena
Aceitemos quem condena,
Pois a nenhum fim se advinha cena.
Porto Alegre
Agosto 2015