Tipo Colombia

quarta-feira, 24 de agosto de 2016


Dizem que o Kafka explica
Quando nos tornamos baratas imundas
Tecendo argumentos pra solidão.

Sinto o cheiro do meu Edward pelas ruas
Gasolina.

Maldito perfume em todo o lugar!

E volto-me a pequena barata só,
Sem ele por perto...


Tendo penas Edward em mente
Ouço um Argentino perguntar se sinto saudade
Da minha terra...

Paraty, 2016:

terça-feira, 16 de agosto de 2016

E quando vira a poesia

E quando vira poesia
Dalgum usurpador da vida
Transvestida puta, mendiga
Mero observador da sorte

Que como quem soubesse algo
Vem à surtir de assalto
No momento que o arauto em trajeto
Carrega os sons do consorte.

E quando surge-me poesia
Alegra à luz
Escuridão da morte
Morte!

Ah, pensamento de sorte!
Dum desvairo em culpa
da caneta perdida
no momento desenfreado
locomotivo de inspiração

Morte.

Plano oculto da abstração
Sem desespero espero
Corpo querubim
Olhos inferno
Por minha conta que cerro

Chuto alto o tostão;
Se do homem fica a fama
Pra que não fique no obscuro
A soma das dívidas de meus cavalheiros
Num criado inferno: Não!

Reverêncio à quem me chama
Pro rolê do tiro ao alvo
No papel do papelão
Tendel de circo
Bye diversão,

Pois restam ainda a pensão
Prestação
Obrigação
De mais um nome rumo à lama.
Morte é a mão cheia do vendilhão

Quem nunca em plano celestial
Trar-me-à satisfação
Morte é transformação
Do nada pro nada
Onde amigos;
Tornam-se meramente
Estilo pra distração.

Praquele que de vaga mata a viagem
Mesmo que a entenda apenas: Passagem
 Momentos Cálidos Dendesi
Despreocupem-se como brisa que vem e volta
Tipo quem dança sem revolta
Em praças de labirintos
Existir.

Boa sorte.
Morte!


Ode aos Dias

Oi moça, tudo bem?
Cê tá bem?
Quer um cigarro, 
Uma bala?
- BALA!?
Bala Halls...

- Ah, sim.
Bauhaus... 
Adoça-me o percurso
Sou designer ; Ainda que nem lembre

Do instinto; RNA 
de um alcoólatra genitor
abre-me em "sesámo"
Como condutor 
 à chegada do final desse caminho
Pois; Sempre haverá aquele
Que adoça o percurso.


Desconhecida boa alma
Compadecida com o todo
Seja bêbado, depressivo, louco.
Vívido ao morrer nos momentos dos meios fios 
delimitantes nos espaços dessas igrejas
Igrejas em Paraty... Nem sei o nome dessa aqui.
São tantas
Que esse Agora,
Não será um fato pro fim.


Solidão a pau
Na pedra
Até o fim do caminho
Glicêmica Halls,
Traz-me ao corpo o alinho
No extravio pro trilho, 
de trilho me extravio
Segundo a valsa sem brio
Seguindo em labirintos vadios.
Eu, hoje um bêbado solitário
Focado qual andarilho
Eu, hoje um bêbado solitário
Finalmente embarco ao ninho.


Ao berço no embalo
depois das pernas pintar 
à abstratos rastros 
Vésperas dum derradeiro sono,
reinvento o abandono.
E tudo que percebe-se,
Soa ou
Cala.
Da realidade que me entorna
Me entala!
Em todas as manhãs resplandecentes
Das alvoradas
Aos Nossos Novos Dias.

(Agosto)


Apostas

O relógio no pulso de um velho
E o tempo na fila para pagar as contas
Inexplicável non-fluência da dita constância
Tudo se demora

Se demora agora
O estrangeiro entender o valor do gesto que implica
Um cachorro pedindo água na porta da fila
Enquanto todos admiram sua beleza

O relógio no pulso de um velho
E o tempo na fila para pagar as contas...

Sem demora agora
Precisão
É solicitação vulgar
Gesto saliente e instantâneo,
À caneta do jogo.
Pra que deste dia
Aproveite-se a hora
Da Aposta

É inexplicável a não fluência da dita constância
Tudo se demora

Apostas
Ínfimos projetos
Dessemelhantes ares
Números
Suposições
Chutam ao alto utopias.
Seus tostões.

Também entro nesse jogo
Aposto na conclusão deste interrompido poema
Aposto que nenhuma alma dará água ao cão
E que nenhum ali ganhará o prêmio do dia
Pra folia


O relógio no pulso de um velho
E o tempo na fila para pagar as contas
Inexplicável non-fluência da dita constância
Tudo se demora

Aposto também na bendita cena
Mãe reveladora da parelha
Qual sem o uso de magia
"Clariexemplifico"
Das turbas o submundo
Lugares não tão distantes
das casas de jôgo
Onde a felicidade não basta além
 do ato vulgar
duma aleatória alegoria.

Aroma Sintético Idêntico ao Natural




Povo que é induzido a cada instante
Que não debate, não constata
Que perde o fio da meada
E quando exigido o atento,
Voltam-se ao desalento 
De idéias desordenadas

Podem mesmo e sem demora
Ter anseios de outrora
Quando nóis era tão bruto,
Que a terra, 
Se o céu chorasse
E isso nos incentivasse
Tal sentimento agora:
E sim, se dali reparasse
O brio estrondo e o trovão
Do relâmpago na chuva?

Mas azar dá-se na estrada
Donde o novo em inverso e ardor
Desacatado ao dissabor
do gustar frutas quimicamente criadas
Fez vidas fitadas enquadradas
Em grande desgraçosa empreitada


Hoje; Agora são outros ais
Mesmos homens quem aqui jaz,
Atrás de rótulos de glamour dados
Dos biscoitos e recheados
Tropeçam sob seus metais

E regra mantém-se plena
Inegando a quem espelha,
Trunca almas e centelhas
Na antiga matemática
Revelando o Quê demoníaco e infernal
Que são esses outros.


Em densa floresta que rubra
Açoitam-nos árvores em razão:
À nossa inveja, troco admiração.
E é só isso que nos difere após,
Dada em covardia atroz
Do natural perdido em nós.


E reluzente é só metal
Mesmo que pareça irreal;
Vê? Nem raio ou trovão,
Íris em audaz proteção
Envolvente automatizado
Fundamento desse quinhão.


Triste que nós não fotografou
Se não que com bruto amor
A imagem ao lançar luz
Do belo velho ancestral.
E que essa iluminação
Ecoasse em realização,
Ideais dos imortais.

Dado um cabo à Odisséia
Acalentando trégua à peleia
Reflexo do anti-real
Tais conseqüências dos maiorais
Habitual e circunstanciais
Pesadelos dessa platéia.


 (Junho)


Eterna Dualidade do
Ambíguo

Vendo que viestes em meu mundo trazer infelicidade.
Vivo.
Aceitei.
Vivo o triste.
Mas é uma tristeza digna.
Mais que fidedigna à infelicidade de um artista.

Agora, a Solidão, ou coisa assim?
É Ser ávido refletido.
Só basta realidade, meu caro.
Essa é a iniquidade, em ser.
Estando.
Havendo... 
Vida.

Afinal, eu nunca demasiado agradecido
Verbero ao público, O espetáculo,
Encenação eterna do escasso
Dessoante ou consoante, 
às favas vão as bobagens 
pois etéreo em desejo é Ser,
Um índio, um cigano, um morador da rua
Do mundo dimensional daqui
Que converge ou diverge e abasta
De um acaso a se esquecer.


Quem exitantes, cretinos em espírito,
Se suas críticas elevam-se eternamente 
Além de meus preceitos ou ideologias
(?)
Agradecer nunca é demais
Pois; Coitados
Pelo dom é que os amo
Afinal, equivoco-me também.


Eu Sei e nunca sei
E o que hei de saber mesmo?
Contrapontística vida.
Livro a mente da compreensão 
à todo assunto que gira a roda do comum ponto
Sem julgar, humildade infante
Reavivo a paz referida.
Em batalhas bem desferidas

Para que siga a crença.
Siga a fé.
Na eterna condução ao imortal objeto.
Quiçá a sorte das maravilhas reluzirá.
Um Oxalá!
Ao meditar que Deus vai dar.

Paraty,
Agosto 2016

Alguns

quinta-feira, 11 de agosto de 2016



Nada foi tão desinteressante
Que não estivesse ficado interessante agora.
E o que é isso?
Minha perspectiva de vida.
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Mesmo que nunca o alcancemos,
Oh Ideal,
Mesmo com todas as batalhas pro futuro,
Deus!
Ainda que precise vencer todos os infernos que me aguardam
Lugar do último encontro 
De todos.
Depois deste plano inferior 
Ser.
Simplesmente Ser,
Eis a questão.