Eins und Alles & Aussöhnung: Goethe

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Eins und Alles
(Um e tudo)

“Para se achar no Ilimitado
Some o indivíduo de Bom Grado
Lá, onde cessa o que é maçante
E sem desejo ou volição,
Sem exigência e obrigação
Todo se dar, já lhe é bastante

Vem e nos vara, alma do mundo!
Pois que a lutar contigo a fundo
Vai-se empenhar nossa energia.
Guiar-nos-ão as boas mentes
Dos grandes Mestres complacentes
A quem criou tudo e ainda cria.

A transformar as criaturas,
Para impedir que se armem duras,
Age o fazer eterno e vivo.
O que não foi quer ser, a instantes,
Límpidos sóis, chãos cambiantes.
Em caso algum fica inativo.

Deve mover-se, obrar criando,
Tomar sua forma, ir-se alterando.
Momento imóvel é aparência.
Na eternidade em disparada,
Que tudo arruína e leva ao nada,
Somente o ser tem permanência.”


Reconciliação

Com a paixão vem a dor! - Quem te consola,
Aflito coração, da dor infinda?
Onde o tempo fugaz que já se evola?
Eleito em vão foste à visão mais linda!
Turva-se mente, as intenções confundo;
Aos sentidos se esquiva o excelso mundo.

Música, nisso, adeja a entrelaçar
Milhões de sons, com asas angelicais,
Que, ao na essência do homem penetrar,
Vão de eterna beleza o enchendo mais:
Já o raso olhar anseia alto destino,
Dos sons e choros o valor divino.


E o coração mais leve já garante
Que ainda vive e palpita e quer então
Retribuir o presente exuberante,
Batendo de bom grado em gratidão.
Que aí se sente em dobro - e eterna seja!
De amor e sons a sorte benfazeja.