Volando pa?

sábado, 25 de maio de 2019

São Lourenço, Sul de Minas

Antônio Fênix Muhhamad
Ex guerrilha e artesão.
Domínio do calçadão.

\/




Estive com diversas fotos guardadas sem ter como postar nesses últimos 7 meses. Isso tudo pela minha imensa desorganização, e a perdição que foram 4 anos de crack. É. Isso mesmo... 4 anos. Todo o tempo que me viram na poesia, me viram no crack. Foi algo que consumi todos os dias nos últimos 2,5 anos. Todos os dias consecutivamente em frequências de 72hrs. Acordada até cair na cama.
Sinceramente, creio que só por Deus estou ainda aqui, depois de tudo o que presenciei e a dor de perceber que alguns (muitos) irão perecer nessa droga. Amigos meus...
Enfim, justificando a minha desordem, coisa que acaba já! Estando amarrado! Como diriam evangélicos. Chega o momento crucial onde eu preciso me repor e organizar.
Vaguei 4 anos procurando a felicidade. Perdi um monte de coisa. Briguei bastante... Me internei. Fui expulsa de São Lourenço -MG com uma glock silenciada apontada pra minha cara na noite onde descansava no meu leito escuro...  Provável que tenha sido mando da minha sogra da época, mulher doente no complexo de Édipo que internou meu parceiro por 3 meses para que eu não pudesse contatá-lo, sem aceitar nossa relação pela febre evangélica que eles propagam de demonizar as pessoas e considerá-las inimigos. Ganhei essa denigração pelo fato de vender poesias na rua, me vestir com um personagem e não possuir carteira assinada (ou seja, dinheiro). Consegui o que mais procurei. E perdi. Fugi várias vezes... O que me fez acreditar ser válida qualquer tipo de busca genuína desse elo perdido. O Amor. Consegui o amor que é a fonte da felicidade, segundo Sócrates por Platão e o mesmo escorreu por meus dedos como algo líquido. É, Bauman... Quis negá-lo, mas é verdade. Os tempos são líquidos. Nada é feito para durar.
Dentre tudo, compreendo que perdi por questões absurdas mas que uma boa porcentagem foi culpa minha. Sempre penso numa volta no tempo, se eu não estivesse na droga. Será que eu o conseguiria?  Me sinto triste, mas esse sentimento hoje tem sido passageiro. Tão passageiro quanto a vontade de ter um parceiro. Tenho substituído o amor da forma que posso e o pior é que é suportável - Já diria meu mestre poeta Tales Machado Horta.
Fora de São Lourenço miguei pra São Tomé das Letras. Lugar absurdamente maravilhoso:












Depois dessa experiência de chegar num dos 7 pontos energéticos da terra (veja em video os fenômenos em São Tomé que confirmam quão excêntrico e distinto é lá):

   
Tendo a oportunidade de fumar O baurão com o Ventania e flia na pirâmide e passar minhas poesias à ele. Ter conhecido o poeta - melhor do mundo - Jacu, ex tropeiro e bruxo experiente das matas e do curso que leva a vida fora da sociedade na comunidade criada por ele onde reúnem-se apenas naturalistas sem frescura - dinheiro nem se fala por aquela banda - E ter visto o treino executado pelos sargentos onde a ordem maior foi apontar o fuzil em nossa direção (eu mais três meninas)... Saí de São Tomé para respirar um pouco de São Paulo. }Lá tive e perdi a oportunidade de "viver" na Casa Amarela. A maior ocupação urbana da América latina...
Bom, havia recaído no primeiro dia que cheguei (Imaginem em qual lugar!?), e não consegui me ocupar de uma forma da qual fosse sólida minha permanência como artista na casa... Acabei desocupada, muito solta numa cidade onde tudo é o antropocentrismo e o álcool, que um tempo foi o substituto da pedra foi um mal que estive suscetível na Praça Roosevelt. Estive suscetível e não soube reverter o fato... Acabei chutando um cão (segundo o que me disseram, por que não lembro - E é complicado isso.)  o resultado foi a expulsão da tal casa... Esse episódio é daqueles que não cabem como algo inteligível pra mim... Mas enfim, minha cabeça esteve vazia e não consegui as ferramentas pra me ocupar em Sampa, nem muito menos consegui focar objetivos.
Todos são por si e ninguém por todos... Espero que a política não demonstre o quão complicado é ter uma corrente fraca quando precisamos prender os demônios...










Aí fui pra rua.
Vale do Anhangabaú e o novo Viaduto do Chá salvaram a caminhada. Sem contar, falando em Chá, no Chá do Padre e os palhaços loucos da rua - Isso chateia muito de não ter tido a chance de fotografar - Eram entre 4. Fantasiados e tocando o horror nas ruas da metrópole.
Um casal de clows, um Coringa e um Bobo da corte fizeram a companhia dos meus últimos dias em Sampa:


Saímos eu e um parceiro em direção à Campinas...

Essas da sequencia foram tiradas nas cidades do caminho - Jundiaí...,
O prédio pichado é em Campinas perto da rodoviária...





Conheci o Coletivo Casa Azul,
Presenciei um bárbaro ato de fascismo onde um filho foi tirado da mãe (vi cenas fortes e quase levei prisão por falar muito...), mas enfim... O coletivo hoje não está mais na ativa.
Tive a sorte de respirar num local livre em uma cidade de atmosfera tão pesada que é Campinas.
Quando estive lá também rolou um evento onde alguém entrou armado na igreja e matou um monte de gente... Senti a densidade do clima.. Meu parceiro me roubou e resolvi migrar de volta pro sul...









Antes de ir conheci o puteiro de Itatinga - Me invejem!
Peguei carona num rolê de universitários e passei o último dia embasbacada com a movimentação intensa das funções dessas profissionais que ali garantiram um espaço pra si. 




...Assim, fui direto à Ilha da Magia:


Dei uma percebida na situ dessa coisa toda que tem mudado constantemente e pra um caminho um tanto negro (aprendi a não citar nomes, pois os maiores sobreviventes são os que sabem se esconder); e tb tive o azar de estar sem celular pra tirar fotos e registrar as praias, mas de boas... Indico que conheçam os Ingleses e a Beira Mar - Lagoa da Conceição que é encantada também. Sem contar os pontos onde não cheguei na paradisíaca Florianópolis...


Muitos moradores de rua. Muito mais que todas as cidades que passei. Talvez por ser muito centralizada, ou a facilitação. Não sei explicar, mas é de assustar.



^
|

Todo o tempo a cena acontece. Geralmente não arrumam nada.



O querido Macaco.
Gente boa e camarada dos rolés.

Fricassê e arroz à grega são doados de 3~3, 4~4 hrs na praça e
no Xanti - Famoso entre os peregrinos de todos os cantos e profisões...

Resumindo esse pré Rio Grande do Sul dessa longa viajem que fiz - Namorei um bruxo reptiliano conhecedor das medicinas da floresta. Enteógenos. Aprendi a produzir um excelente meio de conexão espiritual, se é que posso lhes elucidar assim, pois é relativo quanto às crenças - Porém o Deus superior é o verdadeiro. Bom, esse tipo de movimento entre nós acabou em desavenças. Fui agredida e precisei sair de Floripa antecipadamente.
Encontrei um ser iluminado que estava a falar sobre todas as questões pertinentes às diferenças culturais entre Brasil e Europa (de onde ele havia chego no mesmo dia em que selamos uma antiga/nova amizade) e o choque que levou ao ter passado 15 anos fora... Com ele vim de carona à Caxias - E peguei uma passagem até Santa Cruz do Sul no intuito de resolver as pendências afetivas com meu pai e minha irmã.
Conhecer a sobrinhas caçula;
Perdoar as mancadas do meu pai...



----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


E foi isso...
Santa Maria Madalena que me sustente em pé e não me derrube.


Que o clima desse lugar minhas pessoas!

Que clima horrorével.


0 comentários:

Postar um comentário

Nenhum comentário que contenha fundo preconceituoso será aceito!

Tente, de preferência, não comentar no anonimato :D

Obrigada pela sua opinião =)

:a   :b   :c   :d   :e   :f   :g   :h   :i   :j   :k   :l   :m   :n   :o   :p   :q   :r   :s   :t