A dor...
Sinto o peso de um andor
A chuva molhando o cigarro,
Minhas lágrimas,
E o cinza que virou cor.
Nem a mãe inexistente,
Nem o trabalho onipresente
Nada dói tanto,
...O Amor...
Vomitar o chá da cura,
Ou talvez um banho quente
Mas nada!
E que dor, Deus, que dor!
Trocaria minh’alma com a pomba,
Preocupada apenas com a travessia.
Troco nada!
Pobre pomba...
Qual existir se faz valia.
Vivo gemido descontente
Pois eu sei, Caetano mente,
E nas rimas do meu temor
Triste repito impunemente
Ah, que dor de amor!
A chuva molhando o cigarro,
Minhas lágrimas,
E o cinza que virou cor.
Nem a mãe inexistente,
Nem o trabalho onipresente
Nada dói tanto,
...O Amor...
Vomitar o chá da cura,
Ou talvez um banho quente
Mas nada!
E que dor, Deus, que dor!
Trocaria minh’alma com a pomba,
Preocupada apenas com a travessia.
Troco nada!
Pobre pomba...
Qual existir se faz valia.
Vivo gemido descontente
Pois eu sei, Caetano mente,
E nas rimas do meu temor
Triste repito impunemente
Ah, que dor de amor!
Diotima Renard
Convido-os a prestigiar: Zélia Barbosa
quinta-feira, 21 de maio de 2015
ZÉLIA BARBOSA atua no mundo artístico do Recife e do mundo; é atriz, cantou e encantou.
No teatro, Zélia integrou no final da década de 50 e início dos anos 60, o elenco do TUCAP – Teatro da Universidade Católica de Pernambuco, onde se apresentou em vários espetáculos dirigidos por Clênio Wanderley, a exemplo de “A Farsa do Advogado Pathelin”, de Antoine de la Sale, além do elenco do TAP – Teatro de Amadores de Pernambuco, tendo participado do espetáculo “Bodas de Sangue”, de Federico García Lorca, dirigido por Bibi Ferreira.
Como cantora, iniciou sua carreira no Coral Bach do Recife, então regido pelo maestro Geraldo Menucci, com o qual se apresentou em festivais mundo afora; Zélia destaca o “VII Festival Internacional da Juventude”, em Moscou, no ano de 1957 e o acompanhamento da trilha sonora dos espetáculos da Paixão de Cristo, ainda na Vila de Fazenda Nova, por trás dos cenários, também em 1957.
Já como profissional, participou de Festivais de Música Brasileira, de Shows e de Espetáculos Musicais, a exemplo do “Cantochão”, dirigido por Benjamim Santos, onde cantou ao lado de Teca Calazans, acompanhados por Marcelo Melo, Paulo Guimarães, José Fernandes e Naná Vasconcelos; “O Samba, a Prontidão e Outras Bossas”, show em que Zélia apresentou ao Recife o ainda desconhecido sambista carioca Paulinho da Viola, acompanhados por Naná Vasconcelos e Paulo Guimarães; “Paroli Paroliado”...
Que sabe que sente...
terça-feira, 5 de maio de 2015
"A cidade esfumaçada pela bruma e os fracos clarões da noite, representava a terra com suas tristezas e seus túmulos longe, porém não totalmente esquecidos, nem fora do alcance da minha vista. O oceano, alimentado por uma vasta calma, apesar da sua respiração eterna, personificava a minha mente e a influência que então a governava. Parecia-me que, pela primeira vez, eu me mantinha à distância e fora do tumulto da vida, e que o barulho, a febre e a luta estavam suspensos, que um prazo estava sendo outorgado às secretas opressões de meu coração, um dia de feriado, uma libertação de qualquer trabalho humano. A esperança que floresce nos caminhos da vida não mais se opunha à paz que mora nos túmulos; e as evoluções da minha inteligência me pareciam tão incansáveis quanto os céus, e no entanto todas as inquietações estavam aplainadas por uma calma alciônica: Uma tranquilidade que parecia, não o resultado da inércia, mas o antagonismo majestoso de forças iguais e potentes, atividades infinitas, infinito repouso!
Ó justo, sutil e potente ópio!... Tu possui a chave do paraíso!..."
Neste ponto levantam-se as estranhas ações da graça, reconhecimento relatados textualmente no começo deste trabalho e que podiam servir-lhe de epígrafe. No entanto, não sou Thomas de Quincey, ou o próprio Baudelaire... Não recorro mais à nenhum ópio, minha dor de estômago não provém de fome e a seguinte fase será como um buquê que termina a festa. pois em breve o cenário vai ensombrecer-se e as tempestades acumular-se-ão na noite...
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